A deputada Joice Hasselmann, do PSL, prestava depoimento nesta quarta-feira (4) na CPI das Fake News.
Joice Hasselmannn falou para um plenário lotado, tanto de aliados do presidente Jair Bolsonaro quanto de parlamentares de oposição.
A deputada narrou ataques que sofreu na internet desde que foi destituída do cargo de líder do governo no Congresso, em outubro. Na época, o presidente Bolsonaro estava em crise com o PSL, o que acabou gerando um racha no partido. Joice ficou do lado contrário ao presidente.
A deputada levou imagens, áudios e vídeos para tentar mostrar a existência de uma estrutura que, segundo ela, foi montada com apoio do governo, chamada de “gabinete do ódio”, usada para espalhar mensagens falsas contra desafetos da família Bolsonaro.
“Escolhe-se um alvo. Combina-se um ataque e há inclusive um calendário de quem ataca e quando. E, quando esse alvo está escolhido, entram as pessoas e os robôs. Por isso que, em questão de minutos, a gente tem uma informação espalhada para o Brasil inteiro”.
Segundo a deputada, a estrutura funciona de dentro do Palácio do Planalto. Ela divulgou um levantamento que afirma que apenas em duas contas do Twitter – a do presidente e a do filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro – há quase dois milhões de seguidores falsos, robôs usados para disseminar fake news e acusou Eduardo e o irmão, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro, de comandarem o que chamou de milícia digital.
“Eu não vou dizer para vocês, eu quero crer que o presidente não sabe disso, eu quero crer. Agora, pelo que vocês vão ver nas conversas do grupo do gabinete do ódio, o deputado Eduardo Bolsonaro está amplamente envolvido e é um dos líderes desse grupo que nós chamamos de milícia digital”.
Nem Eduardo Bolsonaro, em viagem internacional, nem o senador Flávio Bolsonaro acompanharam a sessão. Enquanto falava, Joice foi interpelada por parlamentares governistas, que negaram os ataques orquestrados. Por outro lado, recebeu apoio de diversos parlamentares, que afirmaram que as acusações eram graves.